data-filename="retriever" style="width: 100%;"> data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Bruna, entregando a doação para Andriele, acompanhada dos filhos Emanuelle (a partir da esq.), Derick e Erick)
Nas últimas semanas, um vírus se alastrou pelo mundo, ultrapassando fronteiras e chegando aos ares santa-marienses. O medo do contágio pelo novo coronavírus fez com que o Estado e o município tomassem medidas de prevenção severas, como paralisar atividades escolares, comerciais e solicitar o isolamento social para tentar frear a disseminação da doença. O que se viu, nos últimos dias, foi uma preocupação intensa com a saúde das pessoas, mas, também, com o futuro econômico, principalmente para aqueles que só conseguem colocar comida na mesa se saírem de casa para trabalhar. E foi aí que a cidade se movimentou para contagiar, de forma positiva, o cenário difícil que a pandemia trouxe a tantas famílias.
Aos que já têm hábito de compartilhar, este foi apenas uma oportunidade mais intensa para a prática. Mas, aos que não costumam se voluntariar, o momento foi de sentir os efeitos que este tipo de ação traz, para ambos os lados. Os impactos reverberam de forma belíssima, em iniciativas que enchem o Coração do Rio Grande de orgulho.
EU AJUDO, TU AJUDAS
Campanhas de arrecadação de alimentos e produtos de higiene estão pipocando nas redes sociais, incentivando as pessoas a saírem do ócio para se preocupar com o próximo. Vizinhos se organizam para ajudar os mais necessitados, escolas abraçam alunos além da sala de aula, empresas doam produtos, organizações movem ações do bem, instituições se debruçam para minimizar os impactos na sociedade. Para a psicóloga Mauren Minato, tempos difíceis costumam mover o coletivo na busca pelo bem comum:
- Acredito que se há essas muitas movimentações de ajuda ao próximo, é porque existe o reconhecimento de que há grupos mais vulneráveis que nós. O fato de reconhecer o lugar do outro é muito benéfico, pois não negar o que acontece no entorno, é o que efetiva a ação pelo coletivo
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Para ela, nesses momentos, o exercício inevitável é olhar para o lado e ver o que "eu tenho" e o que "tu tens". Ainda segundo a profissional, quando o ser humano percebe que o pouco que tem em casa mudaria a vida de alguém, ele passa a compartilhar mais e valorizar mais.
- Dentro do possível há esse resgate da ordem da solidariedade pois essas ações promovem o fortalecimento da relação interpessoais e a sensação de pertencimento. Esse exercício da cidadania e a busca de laços, mesmo que virtualmente, principalmente para agregar mais pessoas aos movimentos - diz Mauren.
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CORRENTE DO BEM
Foi pensando em criar uma onda de solidariedade que a farmacêutica e professora Bruna Costabeber Guerino iniciou o projeto da Corrente do Bem. A ação não tinha nome e nem intenção de seguir adiante, mas, em poucos dias, tomou uma outra proporção.
- Tudo começou com a necessidade de oferecer ajuda imediata, mas me emocionei com tanta gente ajudando. Começamos com a intenção de adquirir 50 cestas básicas para entregar a famílias de alunos da escola Maria de Lourdes Castro, no bairro Maringá, mas, como recebemos, mais doações do que o esperado, resolvi então seguir com o projeto e logo faremos novas entregas de mantimentos - revela.
Bruna é filha da diretora da escola e conhece o dia a dia dos alunos. Segundo ela, muitos deles fazem a principal refeição na própria instituição, mas, com as aulas suspensas, imaginou que estariam com dificuldades em casa.
A ajuda foi muito bem-vinda para a família de Andriele Souza. A diarista de 27 anos é mãe de Erick, 9, Emanuelle, 7, e Derick 3. Os três estão matriculados na Escola Maria de Lourdes Castro e, com a suspensão das aulas e o isolamento social, ela ficou sem trabalho, e os filhos, sem a alimentação no colégio.
- Está sendo um momento preocupante, de muitas incertezas. Tenho três filhos que são minha vida. Trabalho por eles. E criança não espera, então, tenho medo de eles me pedirem algo, e eu não poder comprar. Ainda tem as contas para pagar e não sei se terei trabalho para poder fazer isso - desabafa a mãe.
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A ajuda da Corrente do Bem inspirou a diarista a ajudar também, contribuindo com a distribuição das doações.
- Elas estão ajudando muitas pessoas necessitadas nesse momento difícil que estamos passando. Eu ganhei cesta básica e materiais de limpeza. Isso salvou a minha primeira semana de trabalho perdida. Como eu sei que tem mais gente na mesma situação que eu, decidi ajudar também e fui junto auxiliar nas entregas, que é o que posso fazer no momento - conta Andriele.
A Corrente do Bem teve iniciativa da Bruna Guerino, com o apoio de sua família e amigos e, também, do Lions Club de Camobi. Ela arrecada alimentos, produtos de limpeza e dinheiro para compra destes materiais. Todas as sextas-feiras as compras são feitas e entregues a quem precisa.
A CAMPANHA
- Como ajudar: Com a doação de alimentos e produtos de limpeza
- Responsável: Bruna Costabeber Guerino
- Informações: Pela página do Instagram e pelo WhatsApp (55) 99944-8924